sábado, 19 de abril de 2008

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Elvis Presley - Always On My Mind

Elvis Presley - Suspicious Minds

A morte de Elvis - Contada pela imprensa

Na noite de 15 de Agosto Elvis vai ao dentista por volta das 11 da noite, algo muito comum para ele. De madrugada ele volta a Graceland, joga um pouco de tênis e toca algumas canções ao piano, indo dormir por volta das 4 ou 5 da madrugada do dia 16. Por volta das 10 horas Elvis teria levantado para ler no banheiro, o que aconteceu desse ponto até por volta das duas horas da tarde é um mistério, o desenlace ocorreu, possivelmente, no final da manhã, no banheiro de sua suite, na mansão Graceland, na cidade de Memphis, no Tennessee.Elvis só foi encontrado morto no horário das duas horas da tarde por sua namorada na época, Ginger Alden. Logo após, o seu corpo é levado ao hospital "Memorial Batista" e sua morte confirmada.

A morte de Elvis Aaron Presley no dia de 16 de agosto de 1977, causada por colapso fulminante associado à disfunção cardíaca, surpreendeu o mundo, provocando comoção como poucas vezes fora vista em nossa cultura. Os fãs se aglomeraram em maior número em frente a mansão. As linhas telefônicas de Memphis estavam tão congestionadas que a companhia telefônica pediu aos residentes para não usarem o telefone a não ser em caso de emergência. As floriculturas venderam todas as flores em estoque. O velório aconteceu no dia 17. Alguns, dos milhares de fãs, puderam ver o caixão por aproximadamente 4 horas.

Por volta das 3 da tarde do dia 18 a cerimônia para familiares e amigos foi realizada, com canções gospel sendo cantadas pelos "Stamps" (Grupo vocal gospel) e por Kathy Westmoreland (cantora), ambos fizeram parte do grupo musical de Elvis. Após a cerimônia todos foram levados até o cemitério em limusines, logo em seguida o corpo de Elvis é enterrado. Mas para os fãs e apreciadores, a morte física de Elvis pouco importa. E para seus admiradores, enquanto houver desejo e emoção, Elvis Presley viverá.

A morte de Elvis - Contada por Priscilla

"Em abril de 1977 Elvis ficou doente, teve que cancelar uma excursão e voltar para Graceland. Lisa e eu estávamos lá, visitando Dodger (a avó do cantor). Ele me chamou a seu quarto. O rosto e o corpo estavam inchados. Vestia um pijama, o traje que parecia preferir agora quando estava em casa.Tinha nas mãos o livro dos números de Cheiro e disse que queria que eu lesse alguma coisa. Sua busca por respostas não se extinguira. Ainda procurava seu propósito na vida, ainda achava que não encontrara a sua vocação. Se descobrisse uma causa para defender, quer fosse uma sociedade sem drogas ou a paz mundial, teria o papel que procurava na vida.

Mas Elvis jamais encontrou uma cruzada para tirá-lo de seu mundo enclausurado, uma disciplina bastante forte para anular a fuga nas drogas, naquela noite ele leu para mim, procurando por respostas, exatamente como fizera no ano anterior e em todos outros anos antes. Foi a última vez em que o encontrei.

Embarcamos no avião Lisa Marie por volta das nove horas daquela noite, 16 de agosto de 1977. A principio, fiquei sentada sozinha, desesperada. Depois, fui para a parte posterior do avião onde ficava o quarto de Elvis. Deitei ali, incapaz de acreditar que Elvis estava mesmo morto.

A viagem pareceu interminável. Eu estava completamente atordoada ao chegarmos a Memphis. Fomos levados a uma limousine à espera na pista, a fim de evitar os fotógrafos. Partimos a toda velocidade para Graceland, onde fomos recebidos por rostos frenéticos e incrédulos, de parentes, amigos íntimos e criados – as mesmas pessoas que nos havia cercado por tantos anos. Eu passara a maior parte de minha vida com aquela gente e olhar para todos agora foi terrível.

Lisa estava lá fora, no gramado, em companhia de uma amiga, passeando no carrinho de golfe que o pai lhe dera. A princípio, fiquei aturdida por ela brincar numa ocasião como aquela, mas depois compreendi que Lisa ainda não fora ainda plenamente atingida pelo impacto do que acontecera. Vira a ambulância levando Elvis e ele ainda estava no hospital quando cheguei, por isso, Lisa estava confusa.

É verdade? – perguntou ela – papai morreu mesmo?

Não sabia como contar a Lisa como nunca mais tornaria a ver o pai novamente. Balancei a cabeça e depois abracei-a. Lisa se afastou e voltou a passear de carrinho de golfe. Mas agora eu estava mais contente por ela ser capaz de brincar. Sabia que era sua maneira de evitar a realidade, era apenas uma criança.

A noite parecia interminável. Várias pessoas sentaram em torno da mesa de jantar, conversando. Foi então que tomei conhecimento das circunstâncias da morte de Elvis. Fui informada de que Elvis jogara tênis com seu primo Billy Smith até às quatro horas da madrugada, com a mulher de Billy, Jo, e a namorada de Elvis, Ginger, assistindo. Depois, todos se retiraram para dormir, mas enquanto Ginger dormia, Elvis permaneceu acordado, lendo. Ligou para tia Delta e disse que queria um pouco de água gelada, estava tendo dificuldades para dormir.

Elvis ainda estava lendo quando Ginger acordou, às nove horas da manhã, e quando ela voltou a dormir, por volta de uma hora da tarde. Quando ela despertou, Elvis não estava na cama. Foi encontrá-lo caído no chão do banheiro. Ginger gritou por socorro e Al Strada e Joe Esposito subiram correndo. Depois de chamar a ambulância, Joe aplicou respiração boca a boca em Elvis. Quando a ambulância estava saindo com Elvis para o hospital, seu médico particular, Dr Nick, apareceu e foi junto para o Memorial Batista. Ali os médicos tentaram por meia hora ressuscitar Elvis. Mas foi tudo inútil. Ele foi declarado morto ao chegar, de parada cardíaca. Vernon pediu a autópsia. O corpo foi levado para a agência funerária Memphis, a fim de ser preparado para a exposição no dia seguinte.

Enquanto estava escutando o relato das últimas horas de Elvis, fui me sentido cada vez mais perturbada. Havia dúvidas demais. Elvis raramente ficava sozinho por períodos prolongados. Subitamente compreendi que precisava ficar sozinha. Subi para a suíte de Elvis, onde passamos boa parte de nossa vida conjugal. Os aposentos estavam arrumados mais do que o normal, muitos de seus pertences pessoais haviam desaparecido, não havia livros na mesinha de cabeceira, onde foi parar seus livros queridos, aqueles que ele jamais se separava? Fui ao seu quarto de vestir e era como se pudesse sentir sua presença viva – sua fragrância característica impregnava o quarto. Era uma sensação fantástica.

Não demorou muito para que o caixão fosse instalado no vestíbulo da frente, aberto à visitação pública. Fiquei no quarto de vovó a maior parte daquela noite, enquanto milhares de pessoas do mundo inteiro apareciam, prestando sua última homenagem. Muitas choravam, alguns homens e mulheres até desmaiaram. Outras se demoravam junto ao caixão, recusando-se a acreditar que era ele mesmo. Elvis fora realmente amado, admirado e respeitado.

Esperei pelo momento certo para Lisa e eu nos despedirmos. Era tarde da noite e Elvis já fora transferido para a sala de estar, onde seria realizado o funeral. Havia silêncio, todos haviam ido embora. Juntas, ficamos paradas ao lado do caixão emocionadas. 'Você parece tão sereno, Sattnin, tão descansado...sei que vai encontrar lá toda a felicidade e todas as respostas'. Lisa pegou minha mão e pusemos no pulso direito de Elvis uma pulseira de prata, mostrando mãe e filha de mãos dadas.

- Vamos sentir sua falta... - murmurei.

Durante o serviço religioso, Lisa e eu sentamos junto de Vernon e sua nova noiva, Sandy Miller, Dodger, Delta, Patsy, meus pais, Michelle e o resto da família. George Hamilton estava presente. Ann Margret compareceu em companhia do marido, Roger Smith. Ann apresentou suas condolências com tanta sinceridade que senti um vínculo genuíno com ela.

J.D. e os Stamps Quartet cantaram as músicas evangélicas prediletas de Elvis. Vernon escolhera o pregador, um homem que mal conhecia Elvis e falou principalmente de sua generosidade. Elvis provavelmente teria rido e diria ao pai: 'Não poderiam ter arrumado um comediante ou algo parecido?'. Elvis não queria que o lamentássemos.

Encerrado o serviço, fomos para o cemitério, Lisa e eu acompanhamos Vernon e Sandy. Ficava a cinco quilômetros da casa e por todo o percurso havia pessoas nos dois lados da rua, com outra milhares de pessoas no cemitério. Os carregadores do caixão – Jerry Schilling, Charlie Hodge, Dr Nick e Gene Smith – levaram-no até o mausoléu de mármore. Houve uma breve cerimônia e depois, um a um, todos nos aproximamos do caixão, beijamos ou tocamos, murmuramos algumas palavras finais de despedida. Depois, por medida de segurança, Elvis foi transferido para o jardim de Graceland, seu local de repouso eterno.

Eu sabia que minha vida nunca mais seria a mesma. A morte de Elvis tornou-me muito mais consciente de minha própria mortalidade e das pessoas que eu amava. Compreendi que era melhor começar a partilhar mais com as pessoas com quem me importava, cada momento que tinha com minha filha ou meus pais se tornou mais precioso.

Aprendi com Elvis, muitas vezes – lamentavelmente – com seus erros. Aprendi que ter muitas pessoas ao redor pode minar suas energias. Aprendi o preço de tentar fazer todos felizes. Elvis dava presentes a alguns e deixava outros ciumentos, freqüentemente criando rivalidades e ansiedades no grupo. Aprendi a confrontar as pessoas e os problemas – duas coisas que Elvis sempre evitara.

Aprendi a assumir o controle da minha vida. Elvis era tão jovem quando se tornara um astro que nunca fora capaz de manipular o poder e o dinheiro que acompanhavam a fama. Sob muitos aspectos, ele foi uma vítima, destruído pelas próprias pessoas que atendiam a todos os seus desejos e necessidades. Foi também uma vítima de sua imagem. O público queria que ele fosse perfeito, enquanto a imprensa implacavelmente exagerava os seus defeitos. Nunca teve a oportunidade de ser humano, de crescer para se tornar um adulto amadurecido, experimentar o mundo além de seu casulo artificial.

Quando Elvis Presley morreu, um pouco de nossas próprias vidas nos foi tirado, de todos que conheciam e amavam Elvis Presley, que partilharam suas músicas e filmes, que acompanharam sua carreira. Sua paixão era divertir os amigos e os fãs. O público era seu verdadeiro amor. E o amor que Elvis e eu partilhamos foi profundo e permanente.

Passei muitas horas recordando momentos de meu passado que são para mim pedaços da história, significativos e memoráveis. Quando decidi contar essa história, não tinha a menor idéia de como seria uma tarefa difícil e emocionada. Muito se disse e escreveu a respeito de Elvis, por aqueles que o conheciam e outros que não conheciam mas diziam que conheciam. Espero Ter oferecido uma perspectiva melhor do que ele foi como um homem. Outros livros apresentaram uma imagem não muito lisonjeira, ressaltando suas fraquezas, excentricidades, explosões violentas, perversões e abuso de drogas. Eu queria escrever sobre amor, momentos preciosos e maravilhosos, outros repletos de sofrimento e desapontamento, sobre os triunfos e derrotas de um homem, uma grande parte com uma criança mulher ao seu lado, sentindo e experimentando suas angústias e alegrias como se fossem uma só pessoa.

Eu não seria honesta se não dissesse, ao revelar nossa vida, tão invejada, que não foi fácil para mim. Houve muitas ocasiões em que desejei pular fora, desistir, esquecer ou abrir mão daquele amor tão penoso. Alguns vão achar que omiti muitas datas importantes, fatos específicos e histórias incontáveis. Não creio que alguém possa sequer começar a captar a magia, sensibilidade, charme, generosidade e grandeza desse homem que tanto influenciou e contribuiu para a nossa cultura através de sua arte e sua música. Nunca tive intenção de realizar tal feito, queria apenas contar uma história. Elvis foi uma alma gentil, que emocionou e proporcionou felicidade a milhões de pessoas no mundo inteiro e continua a ser respeitado por seus semelhantes.

Ele era um homem, um homem muito especial."

Escrito por Priscilla Presley em seu livro "Elvis and me", em 1985.

A separação

No início de 1972, Priscilla e Elvis se separaram e o divórcio foi finalizado em 09 de outubro de 1973. Eles continuaram amigos e foram vistos de mão dadas durante o divórcio.

Apesar dele ter sido um marido pouco devotado, não há dúvidas que ele foi um pai devotado a Lisa Marie. Até o fim da sua vida, Elvis adorava Lisa Marie, mimando-a e enchendo-a de jóias e presentes quando ela o visitava e raramente, ou nunca, disciplinando-a.

Como em muitos outros aspectos da sua vida, o amor de Elvis pela sua filha era exagerado. Uma vez ele fez uma viagem para o exterior com seu jato particular para que ela pudesse brincar na neve. No seu aniversário ele alugou o Parque de Diversões Libertyland para Lisa Marie e seus amigos. Ele comprou para ela um carrinho de golfe e um pônei, que ele deixava ela montar na porta de Graceland.

Em sua autobiografia, Priscilla afirmou que ela e Elvis conservaram sua afinidade mútua e aproveitaram seu papel conjunto como pais.

Na foto: Elvis & Lisa Marie

É de conhecimento de todos o amor de Elvis para com Priscilla, ouve relatos que Elvis pedia para o levarem para visitar Priscilla e implorar para que voltasse para ele.

A separação acabou gerando os sintomas na vida de Elvis, nesse período surgiram músicas que eram simplesmente o momento que Elvis estava vivendo, "Separate Ways" (caminhos separados) e "Always on my mind" (Sempre em minha mente). A beleza de Priscilla é algo presente e forte até hoje, há rumores que Elvis havia ficado com Ginger Alden (sua última namorada) por causa da semelhança com Priscilla.

Na foto: Elvis & Ginger Alden

A vida no casamento

Menos de dois meses depois do casamento, Elvis começou a trabalhar em Speedway e em 12 de julho ele fez uma declaração no set de filmagens de que Priscilla estava grávida.

Depois, com sete meses de gravidez, ele chocou Priscilla ao sugerir que se separassem legalmente. Esta idéia foi rapidamente abandonada , mas logo depois que sua filha Lisa Marie, nasceu em 1° de fevereiro de 1968, o relacionamento esfriou rapidamente. Por um tempo, Priscilla tentou reascender o casamento, mas depois que Elvis voltou aos shows no verão de 1969, suas ausências freqüentes colocavam mais obstáculos no relacionamento que já era cheio de problemas.

Segundo pessoas próximas a Elvis relataram em vários livros e em documentários que Elvis não ficava sem mulheres. As vezes suas traições ficavam expostas na imprensa do mundo inteiro, como foi o caso de Ann Margret. Mesmo assim Priscilla foi agüentando os caprichos de Elvis. Ela relata que era traída quase que compulsivamente por Elvis, no entanto, ela não o considerava um canalha e sim, segundo suas palavras, aceitava a sua natureza de não conseguir ser fiel.

Na foto: Ann Margret & Elvis

Devido a esses fatores e ao fato de Elvis não a "procurar" mais como antes do nascimento de Lisa Marie, além dele ficar muito ausente por causa dos shows pelos EUA, Priscilla foi se sentindo sozinha, vivia cercada de guarda-costas e era praticamente vigiada o dia inteiro, por isso, diz ela, iniciou um caso amoroso com um instrutor de karatê Mike Stone, até então amigo de Elvis.

A noite de núpcias

Os recém-casados passaram sua lua-de-mel em Palm Springs e depois de alguns dias voltaram para Memphis onde em 29 de maio festejaram novamente seu casamento com uma recepção em Graceland para todos os parentes, amigos e funcionários, bem como alguns fãs sortudos. A única ausência foi o segurança Red West, que se recusou a participar porque não havia sido convidado para a cerimônia real do casamento.

Segue abaixo o relato de Priscilla sobre sua lua-de-mel.

"Eu estava ao mesmo tempo exausta e aliviada quando finalmente voltamos a Palm Springs, no Learjet de Frank Sinatra, o Christina. Havia mais fotógrafos e repórteres à nossa espera quando desembarcamos e outros se postavam diante de nossa casa. Fiquei surpresa ao constatar que Elvis estava se comportando muito bem, levando em consideração o nervosismo que demonstrara por aquele compromisso supremo. Contudo, ele foi simpático com a imprensa e enfrentou tranqüilo os intermináveis pedidos de poses dos fotógrafos, algo que normalmente só podia suportar por curtos períodos. Além de todo o resto, não dormíamos há quase 48 horas. À sua maneira, Elvis estava determinado a fazer com que o dia do casamento fosse especial para nós. Ele gracejou com Joe Esposito, indagando: 'É assim que se faz?'. Ele carregou-me no colo pelo limiar da casa, cantando Hawaiian Wedding Song. Parou e deu-me um beijo longo e apaixonado, depois subiu a escada e levou-me para o quarto, com toda a turma rindo e aplaudindo.

Ainda era dia e o sol brilhava forte pelas janelas do quarto quando Elvis colocou-me no meio da cama enorme, com extremo cuidado. Tenho a impressão de que ele realmente não sabia realmente o que fazer comigo. Afinal, Elvis me protegera e salvara por muito tempo. Estava agora compreensivelmente hesitante em consumar todas as promessas sobre a excelência daquele momento. Recordando agora não posso deixar de rir ao pensar como nós dois estávamos nervosos. Poder-se-ia até imaginar que era a primeira vez que ficávamos juntos em circunstâncias tão íntimas. Gentilmente, os lábios de Elvis se encontraram com os meus. Depois, ele fitou-me fundo nos olhos e disse, a voz suave, enquanto me puxava contra o seu corpo: 'Minha esposa...amo você, Cilla...'. Ele cobriu meu corpo com o seu. A intensidade da emoção que eu experimentava era eletrizante. O desejo e a intensidade que haviam se acumulado em mim ao longo dos anos explodiram num frenesi de paixão. Ele teria imaginado como seria para mim? Planejara durante todo o tempo? Jamais saberei. Mas sei com certeza que, ao passar de moça para mulher, toda a longa, romântica e ao mesmo tempo frustrante aventura que Elvis e eu partilháramos parecia ter valido a pena. Tão antiquado quanto isso possa parecer, éramos agora um só. Era algo especial. Ele fez com que fosse especial, como acontecia com qualquer coisa de que se orgulhasse. Tudo foi muito especial naquela noite."

A cerimônia

Data: 1º de maio de 1967
Local: Aladdin Hotel, Las Vegas

Também no livro "Elvis and Me" a cerimônia é narrada.

"O coronel Parker cuidou de tudo. Seu plano era de que Elvis e eu seguíssemos de carro de Los Angeles para nossa casa em Palm Springs no dia anterior ao casamento, a fim de que quaisquer repórteres inquisitivos que suspeitassem do evento pensassem que a cerimônia ocorreria lá. Na verdade, planejávamos levantar antes do amanhecer no dia do casamento e voar de Palm Springs para Las Vegas, onde passaríamos pelo cartório às sete horas da manhã, a fim de pegar a licença para o casamento. De lá seguiríamos imediatamente para o Aladdin Hotel. Ali trocaríamos de roupa, faríamos uma pequena cerimônia na suíte do proprietário do hotel e depois - era o que esperávamos - deixaríamos a cidade antes que a notícia se espalhasse. O tempo era essencial.

Sabíamos que a notícia se espalharia pelo mundo assim que solicitássemos a licença para o casamento. Foi justamente o que aconteceu. Poucas horas depois de obtermos a licença, o escritório de Rona Barret começou a telefonar para indagar se os rumores sobre o casamento eram verdadeiros. Elvis e eu seguimos o plano do coronel, mas enquanto corríamos de um lado para o outro, durante o dia, não pudemos deixar de pensar que nos daríamos mais tempo se tivéssemos de fazer tudo de novo. Ficamos particularmente aborrecidos pela maneira como nossos amigos e parentes acabaram sendo afastados. O coronel até disse a alguns dos rapazes que a sala era muito pequena para caber a maioria e suas esposas e não havia tempo de mudar para uma sala maior. Infelizmente já era tarde demais para mudar qualquer coisa quando Elvis descobriu. Agora, recordo às vezes a confusão daquela semana e me pergunto como foi possível que as coisas escapassem inteiramente ao nosso controle. Eu gostaria de ter tido a força para declarar na ocasião: 'Vamos com calma. Este é o nosso casamento, com ou sem fãs, com ou sem imprensa. Vamos convidar quem quisermos e realiza-lo onde quisermos!'.

A impressão foi de que a cerimônia acabou um instante depois de começar. Fizemos as promessas. Éramos agora marido e mulher. Lembro dos flashes espocando, os parabéns de papai, as lágrimas de felicidade de mamãe. Eu daria qualquer coisa por um momento a sós com meu marido. Mas fomos imediatamente levados para uma sessão fotográfica, depois a uma entrevista coletiva e finalmente a uma recepção, com mais fotógrafos. Sra. Elvis Presley. Era diferente, soava muito melhor do que os rótulos anteriores, como companheira constante, namorada adolescente, Lolita de plantão, amante. Pela primeira vez, eu era aceita por todos os nossos conhecidos e pela maioria do público. Havia exceções, é claro - as que acalentavam alguma esperança de que um dia poderiam conquistar Elvis. Eu não podia compreender isso na ocasião. Estava apaixonada e imaginava que todas seriam felizes por nós. Senti-me orgulhosa quando li nos jornais que eu fora o segredo mais bem guardado de Hollywood; era maravilhoso ser reconhecida. Estavam encerrados os anos de dúvida e insegurança, sem saber se eu pertencia e a que lugar."




O vestido

Segue abaixo o trecho em que Priscilla conta como encontrou seu vestido de noiva.

"Em meio ao maior excitamento, fizemos o resto dos planos para o casamento. A primeira sugestão foi de que eu providenciasse o vestido imediatamente; se a notícia vazasse, poderíamos casar de um momento para o outro. Mas minha busca por um vestido de noiva acabou se prolongando por meses. Disfarçada por óculos escuros e um chapéu, visitei todas as butiques exclusivas de Memphis a Los Angeles; apesar do disfarce, era paranóica o bastante para pensar que todos me reconheciam. Cheguei a conversar com diversas costureiras sobre modelos, mas não confiava o bastante para dizer que seria para um vestido de noiva. Finalmente alguém indicou uma loja pouco conhecida de Los Angeles. Charlie acompanhou-me, apresentando-se como meu noivo. Foi ali que encontrei meu vestido de noiva. Não era extravagante, nada tinha de excepcional - era simples e para mim maravilhoso. Sai da cabine para mostra-la a Charlie. Ao me ver, Charlie ficou com os olhos cheios de lágrimas e murmurou: 'Você está linda, Beau. Ele vai ficar muito orgulhoso'."

O pedido de casamento

Uma tarde, logo depois do Natal de 1966, Elvis ajoelhou no quarto em Graceland e propôs casamento a Cilla. Depois ele colocou um anel em seu dedo. Adquirido do joalheiro Harry Levitch, o anel tinha um diamante de 31/2 quilates circulado por uma fileira de diamantes menores destacáveis. Depois de sete anos do primeiro encontro com Elvis, as fantasias de Priscilla se tornaram realidade.

Priscilla conta no livro escrito por ela "Elvis and Me" (ou Elvis e Eu, em português) muitas coisas sobre sua vida com o Rei, uma delas é o pedido de casamento.
Segue abaixo o trecho em que ela fala sobre o assunto.

“Uma noite, pouco antes do natal de 1966, Elvis bateu de leve na minha porta e disse: ‘Sattnin, preciso falar com você.’ Tínhamos uma senha. Provocante, eu lhe disse que teria de pronuncia-la antes que eu o deixasse entrar. Ele riu e disse: ‘Olhos de fogo’ - o apelido que eu lhe dava quando estava furioso. Elvis estava com seu sorriso infantil e as mãos nas costas. ‘Sente-se e feche os olhos Sattnin’ - disse. Obedeci. Quando abri os olhos, deparei com Elvis ajoelhado aos meus pés, na minha frente, estendendo uma caixinha de veludo preto.


‘Sattnin...’ - murmurou ele. Abri a caixa para descobrir o mais lindo anel de diamantes que já vira. Era de três e meio quilates, cercado de diamantes menores, destacáveis. - eu poderia usa-los separadamente. ‘Vamos nos casar’ - anunciou Elvis – ‘Você vai ser minha. Eu lhe disse que saberia quando o momento chegasse. Pois o momento chegou’. Ele enfiou o anel em meu dedo. Eu estava emocionada demais para falar; foi o momento mais lindo e romântico da minha vida. Nosso amor não seria mais um segredo. Eu poderia viajar abertamente como a Sra. Elvis Presley, sem o receio de inspirar alguma manchete escandalosa. E o melhor de tudo, os anos de angústia e medos de perde-lo para uma das muitas mulheres que disputavam o meu lugar estavam terminados.


Elvis estava ansioso em mostrar o anel ao pai e vovó, informando-os que estávamos oficialmente noivos. Nem mesmo tive a chance de me vestir. Levando em consideração nosso estilo de vida irregular, ficar noiva no meu quarto de vestir e mostrar o lindo anel de diamantes num roupão não parecia absolutamente estranho. Eu queria compartilhar a notícia com meus pais, mas Elvis sugeriu que esperássemos até a nossa volta para Los Angeles, poucas semanas depois. Poderíamos então anunciar pessoalmente; eles mereciam nossa consideração. Naquela noite ligamos para meus pais e os convidamos para passar um fim de semana conosco em Bel Air.


Elvis estava mais nervoso do que em qualquer outra ocasião anterior no dia em que eles deveriam chegar. Olhava a todo instante pela janela, à espera do carro. Estava ansioso em lhes mostrar o anel e quase o fez no instante mesmo em que passaram pela porta, mas eu consegui manter a mão nas costas até que todos sentamos. Estendi então a mão e disse: ‘Só queríamos mostrar isso a vocês’. ‘E o que isso significa?’ - perguntou papai, olhando para a minha mão. ‘É um anel de noivado, senhor’ - informou Elvis. As lágrimas afloraram aos olhos de mamãe. ‘Oh Deus, é lindo!’ - murmurou ela. Os dois estavam extasiados. Adoramos informa-los que finalmente ocorria o que esperavam há tanto tempo e pelo que muito haviam rezado. Ressaltamos a importância de manter o noivado em segredo, pedindo que mantivessem um sigilo absoluto, mesmo para a família, já que os garotos poderiam comentar na escola e a notícia se espalharia rapidamente.


Queríamos um casamento íntimo, não um evento de celebridade. Meus pais concordaram com todos os planos. Não podiam estar mais felizes e durante todo o fim de semana se mostraram radiantes de prazer. Durante os cinco anos em que vivia com Elvis raramente lhes permitira discutir o casamento. A possibilidade da família ser magoada era a preocupação maior de meus pais. Agora não tinham mais que se preocupar se haviam tomada a decisão acertada ao deixarem a filha tão jovem saísse de casa. Sei que o coronel Parker pedira a Elvis que analisasse o nosso relacionamento e decidisse o que julgava melhor. A atitude de Elvis em relação ao casamento era de que se tratava de algo definitivo. Embora ele fosse monógamo por natureza, adorava as opções. Apesar disso não estava disposto a me largar. Curiosamente , depois da conversa com o coronel Parker, Elvis não levou muito tempo para chegar à conclusão de que era o momento certo. A decisão foi sua e somente sua.”

terça-feira, 15 de abril de 2008

O início de um amor

Elvis conheceu Priscilla em 1959, enquanto estava na Alemanha durante o serviço no exército. Muito se falou do fato de Priscilla ter apenas 14 anos quando o casal foi apresentado, mas a jovem era madura para a sua idade, e Elvis estava ciente das implicações desta situação. Priscilla foi fotografada pela imprensa no aeroporto quando Elvis embarcava para a América e algumas destas fotos acabaram na revista LIFE. Além disso, surpreendentemente havia pouca publicidade sobre o relacionamento deles.

Depois de Elvis ter sido liberado do Exército, seu único contato com Priscilla Beaulieu era pelo telefone e por carta. Dois meses antes do seu aniversário de 15 anos, a morena de olhos azuis e narizinho empinado, permanecia na Alemanha quando Elvis partiu para os Estados Unidos. Em poucos dias havia reportagens que ele estava namorando com Nancy Sinatra. Nos dois anos seguintes ela cresceu acostumada com os rumores e as negativas dele, bem como a dor e a frustração que acompanhava o amor pelo queridinho do mundo.

Em uma coletiva de imprensa no dia que ele chegou a Graceland, Elvis minimizou sua relação com "a garota que ele deixou pra trás." Mas, na verdade, apesar dele estar namorando Anita Wood e várias outras atrizes, ele parecia ter reservado um lugar especial em seu coração para "Cilla." Com o tempo, Elvis concordou com o pensamento do coronel que um relacionamento poderia manchar sua imagem e ser ruim para a sua carreira. Priscilla esperou pacientemente.

Durante suas conversas, Elvis falava sobre sua carreira e até mesmo sobre seu relacionamento com Anita Wood, fazendo com que a Priscilla pensasse onde ela se encaixava. Entretanto, ele também insistiu que ela visitasse Graceland. Cilla tinha que ser perseverante. E ela fez isso por aproximadamente dois anos, mesmo apesar dos artigos nos jornais e revistas ligarem Elvis à beldades como Juliet Prowse e Tuesday Weld.

Então, em Março de 1962, após vários meses sem contato, Elvis ligou do nada para Priscilla e a convidou para visitá-lo em Los Angeles. Surpresa e ao mesmo tempo alegre, ela disse que, apesar de sua mãe ser receptiva a esta idéia, seria praticamente impossível convencer seu pai, o capitão Paul Beaulieu. Este era um desafio que Elvis parecia aceitar com felicidade. Enquanto Priscilla convencia sua mãe, Elvis falou com o capitão várias vezes e finalmente convenceu-o, concordando com uma lista de regras: o encontro de duas semanas não aconteceria enquanto Priscilla não estivesse de férias na escola; Elvis enviaria passagens de ida e volta de primeira classe; os Beaulieus receberiam um intinerário completo das suas atividades diárias em Los Angeles; ela estaria com a dama de companhia por todos os lugares; ela escreveria para seus pais todos os dias; e durante a noite ela ficaria com os amigos da família, George e Shirley Barris. Que foi o que aconteceu... na maior parte do tempo.

Priscilla chegou em Los Angeles em junho e após visitar a casa de Elvis em Bellagio Road , ela ficou hospedada na casa dos Barris - por uma noite. Na tarde seguinte, Elvis informou a ela que ele planejara uma viagem a Las Vegas e depois da meia-noite ela estava sentada ao seu lado em seu luxuoso motor home no caminho para Nevada. Ela contornou o problema do recebimento das cartas pelos seus pais todos os dias pré-escrevendo rapidamente uma semana de cartas e pedindo para o mordomo de Elvis que as enviasse de Los Angeles. A próxima parada deles foi o Hotel e Cassino Sahara, onde o Rei e sua princesa dividiram uma suite. Durante doze dias abençoados e cheios de diversão em Las Vegas, Elvis levou Priscilla para fazer compras, escolheu as roupas que deveria usar e instruiu-a sobre como arrumar seu cabelo e colocar maquiagem pesada. Elvis gostava que sua mulher usasse muito delineador e rímel, e Priscilla prontamente aceitou suas escolhas. Cortesia de uma cabeleireira do hotel, seus cachos foram transformados em um estilo de colméia, seus olhos foram maquiados e o resultado foi a transformação aparente de uma adolescente inocente em uma mulher sedutora e sofisticada.

Após sua volta para a Alemanha, Priscilla tinha algo para esperar durante os próximos seis meses: o Natal em Graceland. Elvis convidara-a e mais uma vez ela teve que persuadir seus pais. Entretanto, o pedido não foi nada comparado com o que os Beaulieus se confrontaram quando a viagem de Natal acabou: Elvis queria que ela terminasse os estudos em Memphis. Elvis ligou para o capitão Beaulieu e usou todo o seu poder de persuasão. Se Cilla se mudasse para Memphis, ele prometeu que ela não moraria com ele em Graceland mas sim com Vernon e sua esposa em uma casa nas redondezas. Ela seria matriculada na melhor escola católica, onde ele garantiu que ela se formaria. Ela seria também cuidada por uma dama de companhia onde quer que fosse.

Elvis não só jurou que ele amava, precisava e respeitava Priscilla, como também insistiu que não conseguiria viver sem ela. Os Beaulieus tinham duas alternativas dolorosas: deixar Priscilla ir e arriscar que ela ficasse arrasada se as coisas não funcionassem ou vetarem a proposta e serem responsáveis pela destruição de sua felicidade. No final, Elvis conseguiu o que queria e Priscilla se mudou para Memphis. Em outubro de 1962, enquanto ele estava em Hollywood filmando Fun in Acapulco, Elvis recebeu Priscilla e seu pai e conquistou o senhor Beaulieu com seu charme e hospitalidade. Após alguns dias, pai e filha foram para Memphis, onde o capitão Beaulieu e Vernon Presley a matricularam na escola de garotas Immaculate Conception Cathedral High School e mudaram-na para a casa que Vernon compartilhava com sua segunda esposa, Dee.

Quando seu pai retornara para a Alemanha, entretanto, Priscilla parecia desconfortável morando com seus futuros sogros e logo passava cada vez mais tempo com a avó de Elvis em Graceland. Depois de um tempo, com todas as intenções e objetivos, ela basicamente se instalou lá. Vernon levava e trazia Priscilla da escola até que ela tirou sua carta de motorista e ele concordou em deixá-la dirigir o Lincoln Mark V de Elvis. Ele também deu a ela dinheiro para gastar em roupas, gás e cinema, boliche e no Drive-in de Leonard com a prima Patsy (cuja mãe era irmã de Gladys Clettes e o pai era o irmão de Vernon, Vester). Ainda assim, apesar da companhia da vovó Dodger, as empregadas e as secretárias, Priscilla geralmente parecia extremamente sozinha esperando que Elvis voltasse das filmagens.

De cima para baixo: Nancy Sinatra, Anita Wood e Elvis.

De cima para baixo: Juliet Prowse e Elvis, Tuesday Weld e Elvis.